Universidade de São Paulo atesta que certificado de mestrado de secretária de Educação de Cajazeiras é falso

A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com a Universidade Aberta do Brasil (UAB), enviou documento à Câmara Municipal de Cajazeiras atestando que um certificado de revalidação de curso de mestrado apresentado pela então secretária de Educação de Cajazeiras, professora Corrinha Delfino, pré-candidata a prefeita da cidade pelo PP, é falso. “Informamos que o diploma de: Maria do Socorro Delfino Pereira são falsificações, pois a Universidade Aberta do Brasil da Unifesp não oferta cursos de Mestrado e atua exclusivamente
com a oferta de cursos de Extensão e Especialização”.
O Ofício 83/2024, assinado pela professora Denise Ayres, coordenadora geral da UAB/Unifesp, responde a um expediente enviado pelo presidente da Câmara de Vereadores de Cajazeiras, após aprovação de requerimento proposto pelo vereador Alysson Voz e Violão, para solucionar suspeitas surgidas depois que a professora Corrinha Delfino apresentou um suposto diploma de revalidação do curso de mestrado, que ela própria revelou ter cursado numa instituição dos Estados Unidos e reavaliado pelo sistema de São Paulo.
Em seu ofício, a coordenadora do sistema UAB/Unifesp, disponibiliza links de sites, inclusive do Ministro da Educação, comprovando que as instituições citadas pela professora Corrinha Delfino não oferecem cursos de mestrado, ficando, pois, impossibilitadas de realizarem a revalidação de referidos cursos. Especificamente sobre a situação da professora Corrinha, o ofício traz a seguinte informação: “No link Diplomas Unifesp ( < https://diplomas.unifesp.br/ >), é
possível constatar que a aluna não se formou na Unifesp.”
A professora Denise Ayres chega a informar que existem outros pedidos de informação sobre revalidação de mestrados e foi aberta uma investigação para esclarecimentos de outras possíveis falsificações.
Em outros trechos do ofício, a coordenadora do sistema UAB/Unifesp se encarrega diretamente de desmentir informações dadas pelo professora Corrinha Delfino em emissoras de rádio em Cajazeiras e constantes do certificado falso apresentado pela mesma. “Reforço ainda que o DECRETO Nº 5.800, DE 8 DE JUNHO DE 2006 apresentado no diploma da aluna, logo abaixo da assinatura e nome da diretora de pós-graduação e da pró-
reitora, dispõe sobre o Sistema Universidade Aberta do Brasil –
UAB no Brasil, e não se refere ao curso específico na Unifesp”.
Outro desmentido diz respeito a autenticidade de assinatura do certificado apresentado, que não seria da coordenação da Unifesp. “A Profa. Dra. Simone Pereira Benck, que assina como Diretora
de Pós-graduação e a Profa. Dra. Helena Takako Abe, que assina
como Pró-reitora, não pertencem ao quadro”.
O presidente de Câmara Municipal de Cajazeiras, Eriberto Maciel, revelou que vai dar conhecimento do ofício recebido ao Tribunal de Contas, Ministério Público Federal e do Estado, além da Polícia Federal, para que o caso seja investigado e a falsificação do referido certificado de mestrado da ex-secretária de Educação seja desmascarada. Outro objetivo é sustar prejuízos aos cofres municipais com a incorporação de gratificação aos salários da professora Socorro Delfino que o certificado sem validade proporcionou.

Entenda o caso

Há cerca de dois meses, o ex-deputado Jeová Campos denunciou em Cajazeiras que a então secretária de Educação do município, professora Corrinha Delfino, pré-candidata a prefeita da cidade, teria utilizado um certificado de mestrado sem validade para aumentar seu salário no município;
Mais recentemente, a própria professora Corrinha Delfino compareceu a uma emissora de rádio para apresentar o certificado de mestrado revalidado, o que teria ocorrido através do sistema composto pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e pela Universidade Aberta do Brasil (UAB); o curso teria sido feito numa instituição dos Estados Unidos.
O certificado apresentado gerou suspeitas pela ausência de símbolos próprios de diplomas oficiais.
Após aprovação de requerimento, a Câmara Municipal encaminhou pedido de esclarecimento à Unifesp e agora recebeu ofício atestando a falsidade do certificado apresentado.

 

 

fonte: clickpb

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